De: DW
Sob pressão de manifestações em todo o país, governo português
recua quanto ao seu plano de reajuste de 11% para 18% da Taxa Social
Única. Decisão, porém, pode ameaçar acordos que garantiram pacote de
ajuda ao país.
Enquanto milhares de pessoas protestavam diante do Palácio de Belém,
sede da presidência portuguesa, o presidente Aníbal Cavaco Silva e o
Conselho português de Estado (órgão político de consulta) chegavam a um
acordo sobre a chamada Taxa Social Única (TSU).
Após oito horas de negociações, os conselheiros anunciaram que o
governo prometeu estudar alternativas para o já anunciado aumento das
contribuições sociais.
Em outras palavras, o governo português não vai implementar as novas e
polêmicas medidas de austeridade no país diante de tamanha
impopularidade. As medidas haviam sido anunciadas há duas semanas e
atendem a compromissos assumidos pelo governo de Portugal com os países
europeus ao receber o pacote de ajuda financeira.
Muita indignação
Ainda de acordo com o Conselho, o governo pretende se reunir o mais
rapidamente possível com empregadores e sindicatos, a fim de discutir
saídas. Lisboa havia anunciado um reajuste na contribuição do seguro
social único de 11% para 18% para os trabalhadores e, na expectativa de
criar novas vagas de emprego, um corte de 23,75% para 18% para os
empregadores.
Isso vem gerando uma série de protestos indignados da população há
dias. A oposição socialista já ameaça não mais apoiar o rumo adotado
pelo governo para lutar contra a crise econômica.
Presidente Cavaco Silva reunido com o Conselho de Estado
Mais tempo
Altamente endividado, Portugal vem dependendo das parcelas da ajuda
financeira repassadas pelos países-membros da zona do euro e pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI). Em 2011 o país tomou 78 bilhões de euros
emprestados.
Em contrapartida, Portugal se viu obrigado a adotar drásticas medidas
de contenção de gastos e reformas. Desde então a economia está
debilitada e as taxas de desemprego chegaram a 15%. Credores de Portugal
concederam ao país um ano a mais para conseguir sanear suas contas
públicas.
MSB/afp/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque
Revisão: Carlos Albuquerque
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