Me surpreendeu a informação de que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) solicitou à Comissão de Anistia "reparação por parte do Estado brasileiro, por conta de toda a violência e perseguição de que foi vítima durante a maior parte de sua existência".
Obviamente, não li o processo e, portanto, não conheço os termos do pedido, mas que é estranho, isso é. O pedido retroage a 1922 e arrola perdas que vão das sedes do partido às vítimas do golpe de 64, passando pelas cassações de parlamentares na década de 40.
Não consigo dimensionar o valor atribuído a perdas tão complexas. Além disso, do ponto de vista estritamente formal, os dirigentes pecebistas não levaram em conta que parlamentares e pessoas persegiudas pelo estado em outros momentos já receberam reparação (se foi pequena ou grande, adequada ou não é outra conversa).
Como se fosse grande coisa, o partido informa que "os recursos materiais obtidos com a ação, caso vitoriosa, serão gastos
na reconstrução do Partido e nas lutas em defesa dos oprimidos...". Ou seja, vão utilizar os recursos para o próprio partido, como era de se esperar, ao qual atribuem a condição de defensor dos oprimidos.
Sou favorável às reparações aos perseguidos pela ditadura. Acho o PCB um grupo político fora da luta política concreta, autorreferente e sem base popular, mas não antipatizo com eles nem desconfio da honestidade de propósitos que os move. Todavia, na minha singela opinião, dessa vez, extrapolaram.
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