por Eli Boscatto
A Capela dos Ossos é um dos mais conhecidos monumentos de Évora, em
Portugal. Está situada na Igreja de São Francisco. Foi construída no
sécurlo XVII por iniciativa de três monges que, dentro do espírito da
contra-reforma religiosa, de acordo com as normativas do Concílio de
Trento, pretendeu transmitir a mensagem da transitoriedade da vida, tal
como se depreende do célebre aviso à entrada: "Nós ossos que aqui
estamos pelos vossos esperamos". Fala-se que foi calculado por volta
de 5000 ossos, provenientes dos cemitérios, situados em igrejas e
conventos da cidade.
Poemas dentro da capela:
Poema sobre as caveiras
As caveiras descarnadas
São a minha companhia,
Trago-as de noite e de dia
Na memória retratadas
Muitas foram respeitadas
No mundo por seus talentos,
E outros vãos ornamentos,
Que serviram à vaidade,
E talvez…na eternidade
Sejam causa de seus tormentos.
As caveiras descarnadas
São a minha companhia,
Trago-as de noite e de dia
Na memória retratadas
Muitas foram respeitadas
No mundo por seus talentos,
E outros vãos ornamentos,
Que serviram à vaidade,
E talvez…na eternidade
Sejam causa de seus tormentos.
Poema sobre a existência
Aonde vais, caminhante, acelerado?
Pára…não prossigas mais avante;
Negócio, não tens mais importante,
Do que este, à tua vista apresentado.
Recorda quantos desta vida tem passado,
Reflete em que terás fim semelhante,
Que para meditar causa é bastante
Terem todos mais nisto parado.
Pondera, que influído d'essa sorte,
Entre negociações do mundo tantas,
Tão pouco consideras na morte;
Porém, se os olhos aqui levantas,
Pára…porque em negócio deste porte,
Quanto mais tu parares, mais adiantas.
Este soneto é atribuído ao Padre António da Ascensão Teles, pároco da freguesia de São Pedro na igreja de São Francisco) entre 1845 e 1848.
Aonde vais, caminhante, acelerado?
Pára…não prossigas mais avante;
Negócio, não tens mais importante,
Do que este, à tua vista apresentado.
Recorda quantos desta vida tem passado,
Reflete em que terás fim semelhante,
Que para meditar causa é bastante
Terem todos mais nisto parado.
Pondera, que influído d'essa sorte,
Entre negociações do mundo tantas,
Tão pouco consideras na morte;
Porém, se os olhos aqui levantas,
Pára…porque em negócio deste porte,
Quanto mais tu parares, mais adiantas.
Este soneto é atribuído ao Padre António da Ascensão Teles, pároco da freguesia de São Pedro na igreja de São Francisco) entre 1845 e 1848.
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