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Veja atribui a robôs e insetos protestos virtuais
Foto: Folhapress_Divulgação
Neste fim de semana, a revista Veja, de Roberto Civita, denuncia fraudes que teriam ocorrido no Twitter para colocá-la, três vezes, de forma negativa, como o assunto mais comentado da rede social; tudo seria fruto da ação de perfis falsos, robôs e “petistas amestrados”; Abril não vê dano de imagem
247 – Neste fim de semana, a revista Veja
chega às bancas com uma série de reportagens sobre a liberdade de
imprensa e a suposta tentativa da CPI do Cachoeira de desmoralizar o
jornalismo investigativo. Pela primeira vez, o diretor da publicação,
Eurípedes Alcântara, citou o nome do redator-chefe Policarpo Júnior,
interlocutor frequente de Cachoeira, e saiu em sua defesa.
Numa das reportagens da série, chamada “Falcão e os insetos”, Veja
fala sobre os três momentos em que milhares de internautas colocaram a
revista como um dos assuntos mais comentados do mundo, no Twitter, de
forma pejorativa. Isso aconteceu com as hashtags #VejaBandida,
#VejaGolpista e #VejaPodreNoAr.
De acordo a Editora Abril, de Roberto Civita, Veja não vem sofrendo
uma crise de imagem, nem uma corrosão do seu patrimônio duramente
construído ao longo das últimas quatro décadas. Os protestos no Twitter
seriam fruto apenas da ação de “robôs”, “insetos” e “petistas
amestrados”, que seriam liderados pelo presidente do PT, Rui Falcão.
Curiosamente um jornalista que comandou e ajudou a implantar um dos
maiores sucessos da Editora Abril: a revista Exame, de economia e
negócios.
Fraudes no Twitter
De acordo com Veja, diversas regras do Twitter teriam sido violadas
nos tuitaços contra a revista. Robôs teriam sido programados para enviar
tweets automáticos. No caso dos verdadeiros, eles teriam sido enviados
por aquilo que a revista define como “insetos” ou “petistas amestrados”,
comandados por Falcão, que teria criado, no PT, num núcleo chamado MAVs
– “Militância em Ambientes Virtuais”.
Curiosamente, no dia em que um dos tuitaços contra Veja alcançou o
Trending Topics (lista de assuntos mais comentados no Twitter), houve
também um tuitaço organizado por leitores e defensores da revista
chamado #VejaNelles. Neste caso, diversos internautas levantaram dados
apontando também o uso de robôs.
O discurso da tolerância
Em sua reportagem, Veja também pregou um discurso da tolerância na
mídia e mandou um recado aos que alguns, dentro da Editora Abril,
consideram ser seus adversários na batalha da comunicação. Eis o que diz
o texto:
“A internet aceita tudo. Chantagistas contrariados fazem circular
fotos de atrizes nuas (vide o caso Carolina Dieckmann), revelam
características físicas definidoras (“minocartaalturareal1m59cm”),
apelidam sites com artigos do Código Penal (“171”, estelionato) e
referenciam-se em doenças venéreas – por exemplo, na sífilis (grave
doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum – para formar
sufixos de nomes (...) Cidadãos que se sintam atingidos por epítetos
como esses acima, que vagam pela internet, infelizmente não têm a quem
recorrer.”
Veja fez uma referência à Carta Capital, de Mino Carta (1m59cm), ao
247 (171), e ao blogueiro Luís Nassif (Nassífilis), colocando todos que
“infelizmente não têm a quem recorrer” como vítimas de “chantagistas
contrariados”. Em relação ao 247, Veja afirmou ainda que enquanto não
houver uma governança sobre a internet, predominará a “indecência” e
empreendedores terão suas iniciativas associadas a artigos do Código
Penal.
Na parte que nos toca, também lamentamos a “indecência” e somos
gratos pelo reconhecimento dos erros cometidos pela Abril nos últimos
anos. Afinal, alguns dos principais “cheer leaders” dos ataques a
jornalistas têm sido figuras da própria Abril, como Diogo Mainardi,
Mario Sabino e, sobretudo, Reinaldo Azevedo.
Será que o recado será compreendido internamente?
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