O Estado uruguaio assumirá sua responsabilidade nas violações aos
direitos humanos cometidas durante a ditadura militar (1973-1985)
durante um ato de reparação a Macarena Gelman, filha de desaparecidos,
anunciou nesta segunda-feira (16) o chanceler Luis Almagro.
De acordo com Almagro, "será um ato simbólico de reparação às
vítimas". O chanceler também informou que os detalhes sobre o ato ainda
serão definidos, mas deve acontecer em 21 de março no Palácio
Legislativo, com a presença do presidente do país, José "Pepe" Mujica.
O ministro das Relações Exteriores sustentou que os detalhes serão
conversados com Gelman no decorrer da semana e definidos posteriormente
pelo Conselho de Ministros, quando as sessões forem retomadas em 23 de
janeiro.
Almagro disse que também está previsto o pagamento de uma indenização
de cerca de 500 mil dólares (cerca de 893 mil reais) fixado pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
Na sentença, emitida em 24 de março de 2011, o organismo também pediu
que o Estado uruguaio remova os obstáculos que impedem a investigação e
julgamento do caso Gelman, o que levou o Congresso a aprovar em outubro
uma lei que torna imprescritíveis os crimes de lesa humanidade.
María Claudia García, nora do poeta argentino Juan Gelman, foi
sequestrada junto com o marido, Marcelo Gelman, em agosto de 1976 e
levada a Montevidéu, onde foi assassinada quatro meses depois, após dar a
luz a Macarena. Seu corpo, no entanto, nunca foi encontrado.
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