"O Lula perdeu dois mandatos por causa do medo", afirmou Duda, que já coordenou campanhas do ex-presidente.
O marqueteiro Duda Mendonça --que coordenou a campanha pela divisão do Pará, derrotada nas urnas neste domingo-- disse que a propaganda do "não" à separação fez "terrorismo", sem apresentar argumentos.
"O Lula perdeu dois mandatos por causa do medo", afirmou Duda, que já coordenou campanhas do ex-presidente.
Os eleitores do Pará votaram ontem em um plebiscito sobre a criação de mais dois Estados no atual território: Carajás (região sudeste) e Tapajós (oeste). A divisão foi rejeitada por 66,60% e 66,08% dos eleitores, respectivamente.
Duda foi convidado por representantes da frente favorável à criação do Estado do Carajás --dono de terras na região, ele disse ter aceitado sem cobrar cachê.
Segundo Duda, as frentes contrárias à divisão inventaram mentiras para moradores da região metropolitana de Belém, que ficaria no Pará remanescente, como perda de riquezas naturais. "Que riqueza? O Pará não tem riqueza. As florestas, os rios, os minérios são do governo federal."
Ele disse também que teve de contratar paraenses que moram em São Paulo, porque pessoas do próprio Estado recusaram, com medo de que parentes que trabalham em órgãos públicos sofressem retaliações.
Para Duda, o plebiscito deveria ter ocorrido apenas nas regiões que queriam se separar. "Se tivesse ocorrido plebiscito em Portugal para a independência do Brasil, a gente seria colônia até hoje."
PROBLEMAS
O marqueteiro teve de enfrentar baixa arrecadação de dinheiro (em comparação a eleições de políticos) e o atraso no início da campanha.
Apesar disso, ele não admitiu erros --ele foi criticado por ter usado o nome do governador Simão Jatene (PSDB) no horário eleitoral.
Disse que foi preciso "dar nome aos bois", já que o governador palpitou sobre a divisão ("ele não devia se meter", afirmou Duda) e não lutou contra a Lei Kandir, criada em 1996. A lei causou perdas na arrecadação de impostos das mineradoras no Pará.
Duda pretende agora fazer um documentário sobre os problemas das regiões de Carajás e Tapajós. "Adoro a região, vou continuar ajudando. A luta continua."
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