S. Francisco, de Portinari, na Igreja da Pampulha |
Hoje é dia de São Francisco de Assis. Como meus fiéis leitores já devem ter reparado, sou um cético. Portanto, não sou um devoto, mas posso ser um admirador da figura histórica do santo e do imaginário que ele mobiliza.
Se eu fosse católico, seria franciscano.
A seguir, transcrevo a sinopse do livro "São Francisco de Assis", do historiador Jacques Le Goff, publicado em Sinopse do Livro
Em SÃO FRANCISCO DE ASSIS, Jacques Le Goff - considerado um dos dez mais importantes historiadores do século XX - disseca, através de quatro ensaios, o que considera o primeiro santo moderno da Igreja Católica. Ecologista na sua fascinação pela natureza, anticonsumista na radical opção pela simplicidade, defensor da liberdade de espírito, da alegria, da vida comunitária, foi um feminista de primeira hora na relação com Santa Clara e à ordem das clarissas. Francesco di Pietro di Bernardone, filho de comerciantes italianos da cidade de Assis, mudou não só o conceito de santidade e devoção, mas a atitude da Igreja e dos leigos diante do sagrado na virada do século XII para o século XIII. São Francisco foi, principalmente, produto de três fenômenos histórico-sociais italianos: a luta de classes, a ascensão dos leigos e o progresso da economia monetária".SÃO FRANCISCO DE ASSIS é uma viagem através da vida de um dos mais impressionantes e justos homens da história medieval. Mas Le Goff não só apresenta a história de Francisco, como também a situa em seu tempo. Analisando a geografia, a religião e até mesmo a política da época, Le Goff contextualiza São Francisco de Assis e revela mais da personalidade que revolucionou o clero do século XIII. Canonizado em 1228, Francisco rompeu com a juventude rica para devotar-se a Deus e à natureza. Fundou a ordem dos franciscanos e viveu na pobreza até sua morte.Para escrever a biografia de São Francisco, além do trabalho habitual de pesquisa, o autor precisou estudar a autenticidade das crenças, mergulhando na documentação de época. Autor de São Luís - um retrato literário do rei e santo cristão -, o medievalista Jacques Le Goff soube com precisão buscar a figura real do biografado, obscurecida pelos relatos de seus supostos milagres. Em SÃO FRANCISCO DE ASSIS, Le Goff, com extrema erudição e fluidez de estilo, desvendou o homem por trás do santo. O livro conta a verdade sobre o fundador da ordem franciscana, um homem que recebeu os estigmas das chagas de Cristo e, antes de morrer, compôs o Cântico do sol, uma das mais belas obras poéticas do universo cristão. Discípulo de Fernand Braudel, Jacques Le Goff é o atual presidente da célebre École des Hautes Études en Sciences Sociales e autor de Apogeu da cidade medieval, A bolsa e a vida, História e memória, Os intelectuais na Idade Média e Mercadores e banqueiros da Idade Média e São Luís. "Ele denunciou o horror econômico antes de Viviane Forrester e Pierre Bourdieu, ele anunciou a cultura hippie dentro de sua não-violência, seu anticonsumismo e seu minimalismo quando deixou ao seu pai, em público, as suas últimas vestimentas, antes de se doar a Deus. A mensagem do Pobre de Assis é de uma modernidade inquebrantável." - Le Nouvel Observateur"Le Goff se interroga longamente para concluir que se São Francisco foi moderno é porque seu século o foi." - Le Monde"Este livro adota a forma fragmentária reivindicada por Le Goff como uma outra forma de escrever a vida de um homem. O historiador tem por este santo uma fascinação determinada e uma empatia profunda." - Libération
Paz e bem!
ResponderExcluirE é uma pena
que no século XIX
tentaram-no reduzir
a um apaixonado pelos animais
(vegetarianos foram além
querendo tranforá-lo em vegan);
por sorte desde Paul Sabatier,
passando por Le Goff
estamos tendo acesso a um Chico mais humano
e também a txts dele que estavam perdidos
(e.g. 'Audite poverelle'
descoberto na década de 70)