Aonde vai esse ajuntamento? |
Por razões que não vêm ao caso, não pude dar uma olhadinha na(s) caminhada(s) do 15 de outubro. Por conta disso, fico com os depoimentos e imagens de segunda mão. O Sul 21 fez uma matéria interessante sobre o(s) acontecimento(s) - de onde tirei as fotos, que são de Ramiro Furquim. Munido deste relato e de minha fabulosa intuição, vou arriscar minha singela opinião.
Prefiro aquele pessoal meio desgrenhado e gritão, falando mal da esquerda e da direita, do que aquela gente arrumadinha, vestida de preto, reclamando da decadência moral dos outros.
Todos são idiotas, menos o dono do cartaz |
Precupam-me os movimentos que repudiam a presença de partidos políticos. Não que nossos partidos sejam grande coisa, mas não são piores que a sociedade em que estão inseridos. Os "indignados" ao menos são, mais tolerantes com a presença dos partidos. Já o pessoal das vassourinhas (que, felizmente, não foram utilizadas na caminhada) adoram dizer que têm nojo da política.
poderia tecer muitos comentários estritamente políticos sobre o 15/10 que, em Porto Alegre, combinou a turma da OAB (representante da categoria mais ética do Brasil) com os herdeiros do maio de 68. Mas prefiro arriscar um chute mais longo. Esses movimentos avessos a partidos e à política do modo como a conhecemos hoje, têm um potencial inovador no discurso e na prática política. São moviemntos que precisam ser acomapanhados e entendidos por quem deseja algum tipo de tranformação nas relações sociais. Todavia, o "autonomismo" de sem pátria, sem patrão, sem partido e tudo o mais que o prenda a algum tipo de institucionalidade, gera um movimento sem efetividade e que, com o tempo, acaba absorvido pelo sistema que eles tanto combatem. Mais ou menos como os yuppies que usam calça jeans, ou outras apropriações da rebeldia da década de 60. Visitem o Democracia Real e conheçam umpouco mais do que esse pessoal tá pensando.
Tenho simpatia pelos indignados. Eles nos ajudam a refletir sobre a coerência entre o que vivemos e o que pregamos e sobre a nossa moralidade. Ao seu modo eles ajudama empurrar o mundo pra frente. Se houver uma outra caminhada dessas prometo que vou assistir.
O que me preocupa são os arrumadinhos vestidos de preto, com nariz de palhaço e de vassoura na mão. Esses se consideram os guardiões da moral. Esses são perigosos. Se houver outra marcha deles, me avisem; vou passar bem longe.
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