Estou acompanhando os debates em torno da Comissão da Verdade proposta pelo Governo Federal. Entendo perfeitamente que os familiares queiram, também, que seja instituída uma Comissão da Verdade e da Justiça. A questão, porém, é mais complexa. Lula passou 8 anos contornando o problema. Ao final do Governo, baseado no Plano Nacional de Direitos Humanos III, Lula encaminhou a proposta de criação da Comissão Nacional da Verdade. Ou seja, a Conferência Nacional de Direitos Humanos, após debates acirrados, propôs a criação da Comissão nos moldes propostos pelo Governo Federal. Pode ser pouco, mas foi o aprovado e cabe respeitar a decisão da Conferência.
A questão é que o tensionamento para transformar a Comissão da Verdade em Comissão da Verdade e da Justiça, para que haja punição aos torturadores e violadores dos Direitos Humanos, pode levar à não instalação de comissão alguma. A simples instalação de uma Comissão da Verdade é polêmica, como se viu na camapanha eleitoral, e só será garantida pela articulação da base do governo no Congresso. Extrapolar o limite da correlação de forças poderá inviabilizar uma iniciativa contruída ao longo de muito tempo.
Não se está dicutindo a justiça quanto à punição dos torturadores, eles devem ser punidos, na minha singela opinião. Porém, repito, insistir em uma Comissão da Verdade e da Justiça, apesar de ser mais radical, pode redundar em comissão nenhuma.
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