"Alojamento" dos trabalhadores |
A Prefeitura interditou um alojamento que abrigava, em condições consideradas desumanas pela fiscalização, pelo menos 35 trabalhadores de uma das construtoras que presta serviço para as obras da Hyundai, em Piracicaba.
Os operários, vindos do Piauí, viviam há um mês em uma casa que teve de receber cama até na cozinha para comportar todos os moradores. O local possui apenas dois banheiros e também apresentava problemas de ventilação e na cozinha.
“Simplesmente nada atendia às normas”, resumiu o fiscal do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias e da Construção de Piracicaba, Wanderley Costa. Ele conta que, na cozinha, os trabalhadores usavam uma espiriteira improvisada e tinham que esquentar a comida usando apenas uma lata de alumínio e álcool.
As 32 camas foram construídas com madeiras da obra e acomodavam colchões de espessura abaixo do permitido pelo Ministério do Trabalho.
Os fiscais do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Piracicaba interditaram o local e ordenaram que os trabalhadores fossem retirados imediatamente e realocados em um lugar com condições adequadas. Por dificuldade em conseguir um lugar para todos, foi permitido que apenas 14 deles ficassem na casa até as 12h de terça-feira, conforme explicou o fiscal do Cerest Marcos Hister.
O dono da empreiteira responsável pela obra, Nilton Gomes de Almeida, disse que já estava providenciando um local para os trabalhadores e que outros funcionários estavam hospedados em um hotel. A empreiteira será multada e o valor da autuação pode chegar a R$170 mil.
Problema recorrente
Para Hister, o número crescente de ocorrências semelhantes a esta está relacionado ao fato de a economia da cidade estar aquecida.
“Há muitas vagas e os trabalhadres aceitam vir de outros estados para trabalhar nesta situação sub-humana. Cada vez mais eu me surpreendo com tantas irregularidades”, diz.
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