Todo mundo diz que é prematuro, mas todo mundo já está discutindo a sucessão à prefeitura de Porto Alegre. Desde 1985, quando foram retomadas as eleições diretas às prefeituras das capitais, não houve eleição em que o Partido dos Trabalhadores (PT) não tivesse apresentado candidato. Paradoxalmente, no ano em que o PT encabeça o Governo Federal e o Governo Estadual, discute-se a possibilidade de o partido não ter candidatura própria.
O PT de Porto Alegre (e, por extensão do RS) está diante de três possibilidades:
1) Apoiar a reeleição de Fortunati, do PDT, partido que compõe o Governo Estadual e Federal;
2) Apoiar Manuela D'Ávila, do PC do B, que compõe o Governo Estadual e Federal e
3) Lançar candidatura própria, como sempre fez em Porto Alegre.
Abrir mão de candidatura não é novidade no PT nacional. Para quem não lembra, houve pessoas da direção nacional do PT que propuseram o apoio a Germano Rigotto para o governo do estado, em 2010. Tudo isso para fortalecer a aliança nacional com o PMDB, quando se sabia que o PMDB do RS era adversário declarado do PT e sair do isolamento político. Tendo a derrota como certa, não concorrer evitaria um desgaste e fortaleceria a aliança nacional, que era prioridade. Aceita a conjecturação de certos jênios da articulação política, seria o maior desastre político do PT do Rio Grande do Sul.
Vamos aos fatos concretos: apoiar Fortunati, seria apoiar o prosseguimento da gestão de oito anos da coalização que, inicialmente com Fogaça, fez de tudo para varrer a lembrança das administrações do PT e, no fim das contas, está fazendo uma administração medíocre. Em oito anos, o PT vem fazendo oposição e, há muito custo, mantendo sua base coesa na contestação ao modelo fogacista.
Apoiar Manuela seria menos ruim. Afinal, em que pese, na minha singela opinião, a deputada ser pós-moderna demais e abusar dos dicursos sem conteúdo, ficaríamos em um campo político mais aceitável para a base do PT.
Lançar candidatura própria é outra hipotese. A possibilidade de isolamento eleiotral do PT é real. Os antigos aliados de Fogaça permaneceriam com Fogaça e os antigos aliados do PT iriam para Manuela. No caso da eleição estadual, é bom que se diga, a tentativa de juntar PTB/PSB/PC do B e PP juntos fracassou, trazendo aliados para o candidato petista que, é bom que se diga, não era qualquer um, era Tarso Genro. Porém, a apresentação de uma candidatura própria sempre estimula a votação dos parlamentares. Na eleição passada para a prefeitura de Porto Alegre, a coligação manuelista elegeu três representantes. A falta de visão do PC do B acabou entregando as três cadeiras para o PPS, mas, de qualquer maneira, o "65" fez uma votação estupenda, puxado pela candidatura majoritária. Ou seja, sem candidatura própria, a bancada do PT pode ficar igual, ou diminuir, o que seria desastroso.
A questão, do ponto de vista do PT, é saber o que é melhor para a afirmação de um projeto para a cidade.
Querem saber a minha opinião? Por enquanto, nenhuma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por sua opinião