Li o artigo do Emir Sader sobre o FSM e fiquei de acordo com a maioria das suas opiniões. Sou um entusiasta do Forum, mas é inevitável constatar que a efetividade dos encontros parece muito reduzida. Honestamente, não consigo perceber qual o efeito prático desses encontros. Os encontros em si e as manifestações que ele provoca são legais, mas o tal "Mundo Novo Possível" é um ente indefinido e as reuniões do FSM soam como uma espécie de Woodstock pós-moderna. Aliás, retomando a minha pregação crítica à pós-modernidade, parece-me que um dos motivos pelso quais o Forum não gera efeitos concretos (a não ser outros foruns) é essa coisa pós-modernosa de juntar um monte de gente, em torno de um monte de ideias e sair com mais um monte de ideias e pronto.
Para alguns, saudosos da teoria das vanguardas, é irresistível a tentação de transformar o FSM em uma espécie de "Nova Internacional", baixando orientações aos seus militantes sobre as tarefas do próximo período. Não vai dar certo, o FSM é avesso a isso. Olhando a realidade do mundo atual, as grandes (ou mesmos as pequenas) mudanças na conjuntura internacional estão por conta de algumas experiências governamentais, como no Brasil e na Bolívia (vá lá, se quiserem na Venezuela também) e em movimentos não programados, como na Tunísia e no Egito. Onde está o FSM nisso tudo? A pulverização das ações, o apego ao politicamente correto e o culto ao descentramento, conduzido por Ongs são a cara do Forum. Não se espere dele mais do que encontros positivos para quem dele participa, mas inócuos para o mundo que o cerca.
Sim, sou um pessimista, mas... quem sabe o FSM 2011 me faça mudar de opinião?
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