A semana começa bem com estas declarações firmes e objetivas da nossa presidenta Dilma Rousseff nas entrevistas concedidas aos jornais argentinos e publicadas ontem, véspera de sua chegada a Buenos Aires (hoje). Com muita clareza, a chefe de Estado brasileira passou seu recado nas áreas de economia, direitos humanos e MERCOSUL.
A presidenta deixou claro ser contrária a qualquer tipo de negociação ou concessão na área de direitos humanos. Vejam sua firmeza: “Não negociarei direitos humanos, não farei concessões nesta área. E tampouco aceito que direitos humanos possam ser vistos como restritos a um país ou região”.
Ela salientou os problemas do Brasil nesta área, mas o que quis transmitir é a necessidade de estarmos atentos ao respeito aos direitos humanos sem a hipocrisia seguida por outros países, e até internamente, por certas áreas no Brasil. “Tanto em nosso país quanto no resto do mundo não se pode ter dois pesos e duas medidas”.
A presidenta também condenou firmemente Abu Ghraib, a prisão em que militares norte-americanos torturaram iraquianos; Guantánamo, a ilha ocupada pelos norte-americanos em Cuba e que eles transformaram em presídio onde também desrespeitam as liberdades fundamentais; e o apedrejamento de mulheres no Irã, prática mais conhecida a partir da condenação de Sakineh Ashtiani.
Economia e Mercosul
Questionada sobre a possibilidade de desvalorização do real, a presidenta lembrou que “nos últimos tempos temos conseguido manter o dólar numa certa flutuação. Não tivemos nenhum “derretimento”, como se diz por aí. A taxa de câmbio oscilou todo o tempo entre R$ 1,6 e R$ 1,7 real por dólar”.
Ao mesmo tempo, e cautelosamente, ponderou: “ninguém pode garantir que não haverá desvalorização. Por isso, os organismos multilaterais são tão importantes para discutir isto. É importante que haja responsabilidade dos países desenvolvidos nessa questão”.
Já sobre o ingresso da Venezuela no MERCOSUL, a presidenta Dilma afirmou que vê com “excelentes olhos” a participação deste país, ressaltando o fato de nosso vizinho ao Norte ser um grande produtor de petróleo e gás, além de ter muito a contribuir com o bloco.
Como vocês podem ver, declarações firmes e necessárias por parte da nossa presidenta que nesta 2ª feira iniciou visita oficial a Argentina, onde se encontra outra chefe de Estado, Christina Kirchnner. Fato que não posso deixar de observar com certo orgulho – duas destacadas mulheres no comando de dois grandes países.
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