quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Previsão certa sobre o PNDH


Bastou dizer que minha previsão estava errada para que ela se concretizasse. Acreditei na notícia da Rede Globo (!) que informou que Lula mudaria apenas a introdução do decreto do PNDH. Mudou mais um pouquinho. Suavizou os termos para ficarem mais palatáveis aos militares. Estamos diante de uma luta por símbolos, entre outras disputas. Para os militares é impossível esconder que, durante vinte anos, governaram ditatorialmente, após derrubarem um presidente que estava no cargo conforme a constitucionalidade que juraram defender.Como justificativa querem que, pelo menos, os que lutaram contra a ditadura sejam considerados como iguais. Ou seja, "nós matamos, mas eles também". A ideia de apagar a memória e mudar a história, não no passado, mas no presente, é comum. É uma espécie de "Efeito Borboleta", como no filme. Não é possível voltar no tempo, mas é possível reescrever os registros históricos para, a partir daí, criar uma outra visão sobre o acontecido.
Claro que houve um recuo do Governo. Aliás, acho que este governo fez até demais, comparando com o primeiro governo Lula, quando o assunto foi completamente desconsiderado.
Enfim, não vejo problema nenhum em que os opositores ao Regime Militar sejam objeto da "Comissão da Verdade". Todos eles, da Ministra Dilma até o mais humilde ex-preso político, já foram processados. Alguns foram presos, outros exilados, outros foram mortos e outros estão desaparecidos até hoje. Alguns foram julgados e considerados inocentes. Foram anistiados e passaram a viver quase normalmente.
Mas e do outro lado? Quem, até agora, foi declarado torturador, comandante de tortura, ordenador de assassinatos e de desaparecimentos?
NINGUÉM apontado como torturador pelas vítimas foi processado ou declarado, oficialmente, praticante da tortura, ou ainda, mandante ou conivente com ela. Alguns, aliás, foram enterrados como heróis, ou condecorados em vida. Muitos circulam entre nós incólumes.
Não quero morte  nem tortura aos assassinos e torturadores, não quero o desaparecimento dos que faziam os cadáveres desaparecerem. Aliás, quero que eles apareçam. Só isso. Só a verdade, nada mais.

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