Digno de CARAS

O veto que a Rainha de Copas impôs à apresentação da esposa de Pilatos no jogo do Brasil foi digno da revista CARAS. À que ponto chegamos! Não lembro de uma autoridade pública ter agido tão diretamente sobre um evento esportivo. Talvez durante o regime militar. As desculpas são muitas, mas ficou chato. Não para a Rainha de Copas, mas para o Rio Grande e para o tratamento minimamente republicano que deve ser dado a eventos como um jogo da seleção. Imaginem o que essa gente é capaz de fazer na Copa do Mundo!
Agora, Pilatos tem uma desculpa para concorrer contra a Rainha de Copas.
O lado bom de tudo isso: nos livramos de ouvir a mulher de Pilatos cantando aquela música que, com a desculpa dos apreciadores, eu acho um saco!

CENTENÁRIO

Albert Camus disse que, apesar dela e apesar dele, ele era de esquerda. Eu digo, além disso, que sou colorado, apesar do Inter e apesar de mim. Neste blog evito falar em futebol. Prefiro dedicar o espaço a temas que possam ser tratados com a razão e com argumentos e o futebol, decidamente, não é um território próprio para a razão e os argumentos.
O centenário do Inter, porém, merece um espaço nesse meu singelo blog.
Sou colorado por opção, não de família e acho que isso conta a meu favor. Antes de ouvir falar do Rolo Compressor, acompanhei o colorado dos anos 70, tricampeão brasileiro invicto. O Inter de Figueroa, Falcão, Carpegianni, Valdomiro, ícones do coloradismo até hoje. O grande time de 76 que trinta anos depois, seria justiçado conquistando o título da FIFA como melhor do mundo. A justiça tarda mas não falha. Ironicamente, o gol do título não foi de um iluminado Figueroa, como em 75, mas de um obscuro Gabiru.
Depois de vibrar de orgulho, amargamos duas décadas de mediocridade. Vimos nosso rival se projetar e ficamos escolados na secação. Sempre havia argumentos: ganhamos mais grenais, ganhamos mais gauchões, ganhamos mais brasileiros, fomos medalha de prata nas Olimpíadas... Por fim, o argumento fatal: nunca fomos para a segundona.
Mas sempre ficava aquele amargo...e o título sulamericano? e o mundial? Pois o amargo se desfez com as vitórias sobre duas potências do futebol. Agora, o colorado não devia mais nada a ninguém. Nada pode ser maior, não há título que esse time não tenha conquistado. E o que é melhor, todo colorado se considera campeão, coisas que só o futebol pode nos trazer.
Antes de me tornar um cético, já tive religião. Antes de me tornar petista, já fui do PC do B. A gente muda, as coisas mudam, mas time a gente não troca. Foi duro ser colorado durante um tempo. Não se ganhava nada além de gauchão e ainda sofríamos com as vitórias do rival, mas a gente resisitiu. É duro ser de esquerda. Ver as loucuras feitas em nome de um ideal; suportar o crescimento do individualismo e da barbárie no mundo; acompanhar o contágio de tudo o que acreditamos na busca da vitória a qualquer preço. Porém, temos suportado.
Provavelmente eu vá morrer cético; quanto a morrer petista... depende. Com certeza morrerei na esquerda... e colorado

Golpe Militar faz 45 anos

Estou sem tempo, mas para não ficar sem registro, quero dizer que não esqueci.
Foi um golpe, em 1º de abril, com participação de muito civil que, hoje, posa de democrata

Os trapalhões no Pontal do Estaleiro

Segundo o Juremir Machado, no Correio do Povo de hoje (31/3), a aprovação de emenda do Vereador Airto Ferronato, reservando uma faixa de sessenta metros do Guaiba até os monstrengos do Pontal colocou em risco o interesse dos interessados em faturar com os espigões na Ponta do Melo. Só sei o que o Juremir falou, mas parece que a trapalhada da bancada "pró-cobertura às margens do Guaíba" vai custar caro (pra eles). Um dos desfechos seria um novo veto de Pilatos ao projeto. Vou me informar mais. Se alguém souber mais sobre isso, favor postar.
Quem tiver o CP, leia, quem não tiver, mas for assinante, pode acessar pela internet e ler o que o Juremir escreveu.

Fórum da Liberdade

Os paladinos da liberdade não se cansam. Vem ai mais um fórum dos liberais. Ano passado, o lema era "Agora, o Mercado é o Mundo". Pois é, o mundo sifu e eles nem uma palavra. Vi os cadernos com as palestras. A mesma lenga-lenga de sempre elogiando o capitalismo utópico. Neste ano, nem sombra de qualquer auto-crítica, ou revisão de paradigmas. Certamente vão dar um jeito de botar a culpa no dirigismo estatal que, para compensar os estragos que fez na economia deve ajudar as empresas que quebraram.
Entre os palestrantes, uma com sobrenome revelador: "Vassallo". É a própria piada pronta. O Mercadante vem aí para dar o verniz pluralista (até por ali) do Fórum.
Pra quem pensa que liberdade não tem preço, um aviso: o ingresso custa entre R$ 20,00 e R$ 500,00.
Para aqueles que pensam que essa gente muito cara-de-pau, o símbolo da 22ª edição não poderia ser melhor.

Eu e minha língua grande

Foi eu falar que não tinha aparecido o PT na lista da Camargo Correa para encontrarem uma doação para um diretório estadual (entre diretórios de outros partidos). Não cheguei a ver se a doação foi "por dentro" ou "por fora". Como as doações para partido não são proibidas, pode ser tudo legal, mesmo que não seja "legal". De qualquer modo essas coisas mostram a urgência de se aprovar, entre outras coisas, o financiamento público de campanha. Não seria uma solução total, mas possibilitaria um maior controle, além de, paradoxalmente, fazer economia para os cofres públicos.
Nessa história toda, é muito engraçado o argumento principal de todos os envolvidos: "todas as doações estão registradas e têm recibo". O Agripino Maia (aquele do nariz entupido), disse que vai enviar à justiça eleitoral todos os recibos das contribuições da CC. Ora, mas o que se está investigando não são as doações legalizadas, mas justamente as ilegais. A cara de pau é ilimitada.

A luz da Prefeitura

Achei muita graça quando li que uma das formas de a Prefeitura de Porto Alegre partcicipar da "Hora do Planeta" era apagar a luz de algumas praças. Tem luz apagada há anos em muitos locais da cidade. Mas a briosa PMPA não se furtou à sua responsabilidade ambiental: participou do evento e divulgou bem divulgadinho. Enquanto isso, no Baile da Cidade, substitui a queima de fogos por...LUZES!
Eu não lembrei de apagar a luz. Aliás, quando lembrei já eram quase nove horas. Se lembrasse também não apagaria. Tudo bem que a vida é feita de símbolos, mas não sou chegado a essas coisas com muita mídia e pouca eficácia. Colaboro como posso economizando luz todos os dias e outras coisas que a gente aprende a fazer e nem sempre faz.

A lista da Camargo Correa

Prezados leitores (já somos 0ito) não pensem mal de mim, mas confesso que fiquei aliviado. Já vai pra uma semana da revelação da lista da Camargo Correa e não apareceu ninguém do PT.

Em virtude disso, o padrão de cobertura é: auxílio a "partidos". Tem gente graúda da tropa de choque anti-Lula. Mas aí, o jrnalismo investigativo se limita a cobrir os fatos...

A morte de Sandra Pesavento

É difícil imaginar um comentário original sobre o falecimento de alguém, mesmo que seja a Sandra Pesavento. É difícil dizer algo que já não tenha sido dito. A estatura intelectual, a diposição para a polêmica, a ilustração histórica e cultural e tudo o mais. O Gunter Axt comentou até que "apesar das divergências....", enfim. É difícil ser original numa hora dessas. Achar uma frase diferente, uma abordagem heterodoxa, um ângulo inédito. Pra mim é difícil, mas a Sandra Pesavento certamente conseguiria