Atrasei esse post e não consegui influenciar os eleitores que estavam reunidos em Copenhagen para decidir a sede dos jogos olímpicos. Montaram palco no Rio, colocaram até escola de samba pra criar mais uma ideia do "agora vai". A autoestima brasileira cresce com a escolha de um júri internacional, nosso prestígio no exterior aumenta e mais investimentos virão. Enfim, a conversa de sempre às vésperas dos megaeventos.
Vou supor que os bilhões de dólares que serão lançados sobre o Rio de Janeiro (e só lá) não serão desviados e nem servirão para enriquecer ninguém ilicitamente. O fato é que 25 bi em uma cidade são um exemplo grotesco de concentração de renda. O Rio não está como está por falta de turismo ou por falta de eventos. Será que, depois da Copa, as Olimpíadas irão salvar a situação? Claro que não.
A votação foi em Copenhagen; alguém sabe quantas medalhas a Dinamarca ganhou nas últimas olimpíadas? Nem eu. Aliás, a Suécia, a Noruega, a Holanda, a Finlândia... quantas medalhas ganharam? Ninguém saberá se não recorrer ao Google. E acho que os habitantes desses países pouco estão se importando com isso.
Na minha singela opinião, seria melhor que o Rio tivesse sediado a decisão sobre a sede dos jogos e eles se realizassem na Dinamarca. No dia em que isso acontecer e as redes de infraestrutura urbana, segurança, moradia e outros benefícios da sociedade contemporânea não precisarem ser feitas a pretexto de arrumar o país para receber mais um megaevento, ficarei bem mais feliz.
Enquanto isso não acontece, ficamos ouvindo o velho discurso de concentrar investimentos e realizar megacoisas que "trarão benefícios a todos".
Claro que sempre tem a história de que grande parte dos investimentos serão feitos pela iniciativa privada. Vou esperar pra ver. No fim, pra não pasar vergonha, os governos pagam tudo.
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